Esperava pelo dia que olharia para trás e me orgulharia de tudo que fiz.
Mas tudo o que eu fazia era perder a cada dia.
Me perder e deixar as pessoas perdidas.
Fiz de mim a pessoa afável e social que todos esperavam.
Construí coisas que outros desejavam.
Fiz dos súditos, prisioneiros e amigos com benefícios.
Pagava bem a todos para tê-los como fiéis.
Criei cobras. Disse lagartos. E um dia comecei a me perguntar:
– Existo pra quê? Sou apenas um cifrão. Valho mais morta do que viva…
Tornei-me vítima dos meus planos.
Não quis olhar para os enganos e então soltei tudo…
Libertar faz parte de um plano maior do que “ter”.
Libertar consiste no ato de não “ser”.
Então, já não precisava mais das palavras pra “dizer” nada.
Precisava somente que elas coubessem em minhas malas.
Nathalia para seu diário (Sem Malas)